Março Amarelo 2023 – Doença Renal Crônica – Conteúdo para Tutores

O QUE É DOENÇA RENAL CRÔNICA? POSSO OBSERVAR ALGUM SINAL DA DOENÇA NO MEU PET?

Doença renal crônica é o nome dado ao quadro de comprometimento dos rins (de um, ou mesmo os dois) de uma forma irreversível. Embora seja um quadro que merece toda a atenção, não deve ser motivo de desespero. Muitos animais que possuem doença renal crônica vivem com excelente qualidade de vida. No entanto, para isso, é preciso que se identifique a doença o mais rápido possível e o animal receba todo o acompanhamento.

O maior desafio da doença renal crônica é fato de que ela pode estar presente mesmo quando o animal não manifesta nenhum sinal de que está doente, e isso faz com que a doença vá evoluindo lentamente até o ponto de comprometer muito os rins, e muitas vezes, é só neste momento que será possível observar sinais de problema!!!

Sabendo disso, não se deve esperar que seja observado sinais de que o animal está doente para avaliar a saúde dos rins, pelo contrário, essa avaliação deve ser feita exatamente quando ainda tudo parece estar bem.

Alguns sinais, no entanto, podem surgir no início da doença renal crônica, por isso fique atento se seu pet apresenta:  

  • Aumento da ingestão de água

  • Aumento do volume de urina

  • Emagrecimento  

Urinar em grande quantidade e com a coloração bem clara não é sinal de saúde em cães e gatos. Além disso, observar que o animal está emagrecendo com o passar do tempo, principalmente quando associado aos dois outros sinais descritos anteriormente chama a atenção para a necessidade de atendimento médico.

Mas lembrem-se, a ausência desses sinais não exclui a possibilidade de existência da doença, por isso sempre realize visitas periódicas ao veterinário.

TENHO UMA RAÇA DE PET ESPECÍFICA, PRECISO FICAR MAIS ATENTO POR ISSO?

Sim, alguns estudos sugerem que certas raças de cães e gatos podem ser predispostas a desenvolverem ou até mesmo nascerem com alterações renais.

Entretanto, se seu pet é de alguma das raças citadas abaixo, não há motivos para desespero, a recomendação aqui é de que maior atenção seja despedida à avalição periódica da saúde renal dele, assim como aos cuidados para evitar ou minimizar qualquer condição que possa prejudicar os rins.

Cães:

Shar-Pei, Shih Tzu, Bull terrier, Cocker Spaniel Inglês, Cavalier King, Boxer, Beagle, West Highland White Terrier, Bernesse, entre outras.

Gatos:

Persa, Siamês, Maine Coon, Rangdoll, Azul Russo, Birmanês, Abissínio, entre outras 

QUAIS OS EXAMES QUE PODEM IDENTIFICAR A DOENÇA, E QUANDO DEVO FAZER?

Os exames capazes de identificar a doença renal crônica em cães e gatos são:

Exame de urina

  • Razão proteína creatinina urinária

  • Avaliação da creatinina e do SDMA

  • Exame ultrassonográfico

Esses exames devem ser feitos periodicamente durante as visitas de rotina do animal. Na identificação de alterações, repetições deverão ser realizadas para confirmar a persistência da alteração de forma estável.

Se a doença renal crônica for confirmada, outros exames serão requisitados para fornecer informações adicionais sobre a funcionalidade renal.

Além disso, a pressão arterial do seu animal deve ser realizada em todas as visitas ao veterinário. Embora não seja suficiente para identificar a doença, a pressão alta em várias avaliações indicará a necessidade de uma investigação mais aprofundada.

MEU PET RECEBEU O DIAGNÓSTICO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA, QUAIS SÃO OS CUIDADOS QUE DEVO TER?

Animais com Doença Renal Crônica devem:

Beber água fresca todo o tempo: Manter a hidratação é importantíssimo no tratamento de um animal com DRC, por isso, diversas estratégias devem ser realizadas, especialmente para espécie felina. Aumentar o número de potes e deixá-los em locais estratégicos, sem barulho, fornecer alimentos úmidos e fornecer água sempre fresca são ótimas estratégias. Fontes de água para gato também são uma excelente opção.

Receber o tratamento conforme prescrito pelo veterinário: podem ser receitados medicamentos para controlar a náusea, falta de apetite e pressão alta, assim como corrigir ou mitigar alterações laboratoriais e deficiências hormonais. É importante ressaltar que o tratamento é para toda a vida do animal e sempre individualizado.

Realizar o acompanhamento clínico e os exames laboratoriais periodicamente: as alterações na evolução do paciente devem ser informadas ao profissional que acompanha o animal para traçar novas estratégias terapêuticas caso necessário.

Seguir a alimentação conforme prescrito pelo veterinário: muitas vezes, alimentos não indicados podem piorar quadros anêmicos, provocar vômitos/diarreia, induzir enfermidades graves como pancreatite, que podem “descompensar” o quadro do paciente. Inclusive, a alimentação terapêutica do paciente com DRC é um dos principais fatores que atua no retardo da progressão da doença, mantendo qualidade de vida!

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